1.12.07

O dialeto vêneto sul-riograndense

Ainda falado e compreendido por mais de 1 milhão de pessoas no estado, o talian, ou dialeto vêneto sul-riograndense, é considerado hoje uma língua neo-latina, ao lado do português, espanhol, francês e italiano. Formada pela grande imigração italiana do norte da Itália, sobretudo pela maioria vêneta, que encontrou no Rio Grande do Sul uma nova pátria para viver. Esses pioneiros tiveram as primeiras dificuldades de comunicação linguística já no navio que os levava para o novo mundo. Na sua grande maioria eram analfabetos, ou semi-analfabetos, falavam somente nos seus dialetos regionais de origem, os quais as vezes muito diferentes entre si. Para a formação desta nova língua concorreram muitos fatores. Entre eles: o isolamento quase total, com pouco ou nenhum contacto com a língua portuguesa; a forma misturada como foram assentadas as famílias, sem critérios de proveniência ou modo de falar; a necessidade de contatos entre eles, os quais acarretavam encontros de pessoas com diferentes dialetos; os casamentos entre pessoas que falavam diferentes dialetos regionais; a vizinhança das suas terras e as estradas entre as colônias que favoreciam maiores contatos entre eles; e depois, em outra fase, o comércio de produtos da colônia e o contato com comunidades luso-brasileiras, com a aquisição de novas palavras e modos de dizer, em especial a nomenclatura de coisas e objetos novos (evolução da língua).

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Fonte: Arquivos da La Piave FAINORS Federação Vêneta.